O regime político do nosso tempo não é mais o capitalismo, nem é mais o neoliberalismo. O que é então? O novo livro de McKenzie Wark busca responder essa pergunta: “A classe dominante de nosso tempo não mantém mais seu domínio por meio da propriedade dos meios de produção, como os capitalistas. Tampouco por meio da propriedade da terra, como os latifundiários. A classe dominante do nosso tempo possui e controla informação.”
Maquinações de um mundo mineral
Drummond e Djanira, poeta e artista, ambos encontraram material poético num mesmo local, numa mesma atividade: a mineração de ferro na cidade de Itabira, Minas Gerais. Mais do que uma coincidência temática, o novo livro de José Miguel Wisnik sobre o poeta e a primeira exposição monográfica da artista desde sua morte jogam luz sobre uma coincidência de soluções formais e críticas sociais.
O jornalista que cobre o passado
Juremir Machado da Silva discute as fronteiras entre narrativa histórica e jornalística numa perspectiva transdisciplinar. O que buscam jornalista e historiador? Qual é a porosidade do limite entre os campos? Seria o historiador um jornalista que cobre o passado?
As políticas “de fora” da internet
Entre Wall Street e Vale do Silício, o mundo de serviços e aplicativos das grandes da tecnologia esconde um enredo político complexo.
O egoísmo das pequenas narrativas
“Lembro de uma aula em que um professor disse que, para aceitar o argumento ontológico de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus, era preciso já estar ajoelhado. Penso o mesmo sobre Democracia em Vertigem”.
Brasil nativo, Brasil alienígena: a imagem dos povos indígenas no Brasil
A existência de um Brasil nativo, genuíno, foi uma ideia bastante veiculada nos anos 1960 e 1970. Nesse período, a brasilidade era utilizada como política de Estado da Ditadura Civil-Militar. Enquanto isso, a população indígena encontrava-se entre o extermínio, por um lado, e a tutela de um Estado que tinha por objetivo sua assimilação cultural, por outro.
O enigma de Foucault: a Revolução Iraniana
Michel Foucault já se viu no centro de uma enorme controvérsia a respeito de sua relação com a Revolução Iraniana. Foi acusado de flertar com o obscurantismo e de ser condescendente com a teocracia dos aiatolás. A publicação de entrevistas do filósofo sobre o tema, inéditas em português, pode jogar luz sobre a questão. Francisco Corrêa discute a extensão e os detalhes dessa relação conturbada.
O corpo e suas deficiências na literatura brasileira
Procurar um dispositivo que permeie os romances brasileiros contemporâneos não é uma tarefa simples. Eu poderia, por exemplo, falar das formas de brutalidade e violência, palpáveis em algumas e obnubilados em outras obras. Este trabalho, porém, pende para outro dispositivo: o corpo humano, suas deficiências e suas limitações.
Mais uma vez, Édipo?
A filosofia e a psicanálise não resistem ao mito de Édipo. Aristóteles, Hegel, Nietzsche, Freud e todos os helenistas da história humana já se debruçaram sobre Édipo. O que uma nova tradução de Édipo (desta vez não Rei, mas Tirano) teria a nos dizer de novo?
O centro não sustenta
Como pensar uma crise global da democracia quando a maior parte das mudanças apontadas como antidemocráticas foram concretizadas através de mecanismos democráticos de escolha? Esse paradoxo é a inquietação que motiva um dos livros mais relevantes de 2018: Como as Democracias Morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt.